LOMBALGIA

O que é lombalgia?

Lombalgia é dos sintomas mais comuns na prática médica, se referindo à dor na região inferior das costas, na coluna lombar. 

Quais são as causas de lombalgia?

As causas podem ser variadas, desde dores decorrentes de inflamação muscular, afetando ligamentos da coluna, problemas na parte óssea afetando as vértebras ou articulações, ou inflamação nos nervos periféricos que saem da medula espinhal. Muitas vezes não é possível estabelecer uma causa específica para a lombalgia (até 85% dos casos). Apenas 10% dos pacientes não melhorarão os sintomas após 1 mês, e menos de 3% dos casos relacionam-se a hérnia de disco. 

O que é uma hérnia de disco?

Hérnia de disco pode ser definida como um deslocamento do disco intervertebral causando compressão nas raízes que formam o nervo periférico ou compressão da medula espinhal. Ocorre mais comumente dos 30 aos 50 anos de idade, sendo mais frequente nos últimos dois níveis da coluna lombar. 

Quais são os sintomas?

A hérnia de disco causa uma dor irradiada no membro inferior, conduzida pelo nervo ciático, conhecida como ciática ou ciatalgia. O sintoma mais comum é a dor, mas pode ocorrer diminuição da sensibilidade ou dormência/ formigamento da perna ou pé e até fraqueza da musculatura (este último sintoma é grave e requer tratamento imediato). A dor ocorre devido à compressão mecânica e processos inflamatórios locais. 

Quais fatores podem causar ou piorar uma hérnia de disco?

Alguns fatores se relacionam à estrutura do tecido, características do colágeno e outras configurações genéticas que vão predispor uma pessoa a ter mais ou menos risco de desenvolver uma hérnia de disco ao longa da vida. Estes fatores se associam a fatores ambientais para que ocorra uma hérnia. Os principais são: 

• levantamento frequente de peso
• fletir e torcer a coluna frequentemente
• exposição a vibração
• sedentarismo (falta de atividade física) 
• prédisposição genética
• dirigir 

É necessário realizar uma ressonância magnética ou tomografia da coluna?

A maioria dos pacientes com lombalgia por menos de 4 semanas não necessita de nenhum exame de imagem. Os que necessitam, serão investigado primeiramente com radiografias convencionais da coluna. Menos de 1% dos pacientes precisarão de exames de imagem tipo ressonância magnética de imediato. Geralmente são os casos onde se tem sinais de compressão da medula espinhal ou raízes da cauda equina e/ou déficits neurológicos graves ou progressivos.

Todas as hérnias de disco necessitam de cirurgia?

Existem diferentes tipos de hérnia de disco, variando o formato, tamanho e localização. Muitos casos de hérnia de disco não causam sintomas e não requerem tratamento específico. A ciatalgia (dor irradiada para a perna) quando leve responde bem ao tratamento não-cirúrgico, com sucesso em 70-80% dos casos. Casos graves ou que não respondem ao tratamento não-cirúrgico devem ser avaliados para indicação de cirurgia. 

Quais são os objetivos do tratamento?

Objetivos do tratamento para lombalgia/hérnia de disco: 

• alívio da dor
• reverter disfunção neurológica
• retomar atividades do dia-a-dia, no trabalho e no lazer 

É essencial a avaliação do especialista, juntamente com a análise de exames de imagem nos casos com persistência dos sintomas, para planejamento do melhor tratamento em cada caso. 

E como tratar os casos em que a dor persistir?

O tratamento deverá ser individualizado de acordo com a doença de base. O problema poderá ser decorrente de osteoartrose afetando as articulações, ou lesão ligamentar na parte posterior da coluna lombar, por estiramento e sobrecarga de peso, ou uma neuropatia sem sinais de gravidade como déficits neurológicos. Em cada um destes casos exemplificados há medicações mais específicas para controle dos sintomas. 

Também poderá ser indicada a realização de reabilitação motora com fisioterapia. Ela consiste em atividades diferentes, e há diversas modalidades de reabilitação, como reforço muscular, liberação miofascial, reeducação postural, entre outros, cada uma individualizada para o problema de cada paciente. Outras formas eficientes de tratamento consistem em quiropraxia, acupuntura, 

Casos refratários, ou seja, que persistem com sintomas de dor ou incapacidade após tratamento de cerca de 4 a 12 semanas com fisioterapia e medicação, poderão ser reavaliados para que sejam submetidos a tratamento cirúrgico, como infiltração anestésica, rizotomias e neurólises, descompressão do canal vertebral, discectomia ou até artrodese da coluna vertebral.